domingo, 9 de novembro de 2008

Capítulo atual: Portugal

Primeiro post.

Escrevi isso a vários dias, durante os primeiros de trabalho, numa noite onde não tinha nada o que fazer. Espero fazer isso constantemente, mostrando fotos e situações peculiares das minhas experiências mundo agora.

lá vai o texto:

Quarta Feira, 18:45

 

Embarco no A340-400 da Swiss, primeira fila da classe econômica, que me foi oferecido devido ao meu tamanho e devido a fila ter maior espaço pras pernas, topei na hora. Ao sentar, vejo que durante as 12 horas até Zurique, terei a magnífica compania de 2 crianças ao meu lado esquerdo. O vôo parte, e as crianças começam a chorar, pegar no meu braço, mexer na minha comida e na tela da minha cadeira. Difícil até ter sono numa situação dessas. Do meu lado direito, começo a conversar com um senhor suiço, um empresário casado com uma alagoana e que mora em Maceió. Conversamos sobre várias coisas, economia, sobre a vida de estagiário no exterior, sobre hotelaria na suiça, etc. Enquando ele conversava em alemão e em francês com os comissários de bordo, eu somente me arriscava no francês. “Jus d`orange, s`il vous plâit. Merci”. E assim o vôo segue, tento ver alguns filmes, escutar música, mas o desconforto era demais.

 

Quinta Feira, em algum lugar sobre a Europa...

 

No sistema de entretenimento do avião, havia a opção de ver a imagem de 2 câmeras: uma embaixo do avião e a outra no bico. Eu, claro, fiquei vendo isso por horas, principalmente quando passavamos por cima dos alpes franceses, todos  já com neve. Pensei: em julho vou pra lá, sem neve, claro.

Descemos, antes de sair do avião o aviso: estejam com o passaporte em mãos para verificação da polícia suiça. O senhor que eu conversei durante o vôo diz: devem ter suspeitado de alguém e querem pegar ele agora. Passei pelos policiais sem problemas, peguei o acelerador de partículas (um trem subterrãneo que liga os 2 terminais), e fui pro portão onde eu pegaria o vôo pra Lisboa. Aeroporto estranho, um silêncio, ninguém conversa com ninguém, não tem wifi nem nada.

 

Adiantando...

 

Cheguei em Lisboa, e já começa o show de pérolas. Ao sair no saguão, fui procurar uma loja pra comprar um cartão telefônico pra ligar pro Brasil, pra avisar que cheguei vivo. Na loja, pergunto para a funcionária:

- Bom dia, você tem cartões telefônicos para ligar pro exterior?

- Tu queres ligar pra onde?

- Preciso ligar pro Brasil e pro Algarve.

- Mas o Algarve é cá.

- Sim, eu sei, mas não posso ligar pra dentro do país com esse cartão?

- Pode.

- .... ?!?!...

 

Saio, tento achar uma rede wifi, não encontro, e fui pedir informação para chegar na estação de trem. Resolvi ir de taxi. Uma fila do caralho pra pegar taxi, nunca tinha visto isso. Enfim, chega minha hora, pego o taxi e digo:

- Estação Oriente, por favor.

O taxi sai...resolvo perguntar:

 

- A estação é fica longe daqui?

 

A resposta:

 

- INFELIZMENTE NÃO !!

 

Dei uma risadinha, por não saber o que dizer. Pensei: puta que pariu !! Ou esse cara é muito mal educado, ou essa é uma simples, pura e “ingênua” expressão da literal compreenssão das coisas portuguesas. Afinal, se a estação realmente não é longe mesmo, quem mandou perguntar? De certo que queria que ele respondesse:

- Não, a estação fica a 5 min daqui. Estou triste, pois queria que essa corrida fosse maior, pois assim eu ganharia mais dinheiro, e estou perdendo tempo com você, com essa corrida curta sendo que no aeroporto há dezenas de outros turistas querendo gastar mais dinheiro que você.

 

Mas que eu fiquei meio impressionado, eu fiquei.

 

Chegando na estação de trem, fui carinhosamente recebido com 2 pessoas me pedindo dinheiro pra inteirar pra comprar a passagem deles (Isso me lembra um outro país...).

 

Mas a viagem seguiu sem problemas até Faro, onde a AIESEC me recebeu, e dormi tranquilamente.

 

 

Quarta-feira, 22 de outubro

 

Bem, há uma semana do início do estágio, já estou um tanto stressado. Motivos pessoais e profissionais.  Há muita desorganização no hotel. Muitas pessoas mandam, o que gera uma desorganização um tanto grande. Onde eu trabalho, na Pastelaria (onde não se fazem pasteis, e sim doces, é a nossa confeitaria), os chefes precisam meter o dedo em tudo que os funcionários fazem. Tudo mesmo, o que gera muito stress, raiva e desmotivação. Ninguém pode ter iniciativa de fazer nada, tudo eles tem que dizer o que fazer. Não aparecemos na escala, ainda não assinamos o contrato, e não fazem idéia de quanto tempo passaremos em cada departamento. E ninguém nos procura pra fazer isso. A AIESEC daqui, apesar de serem pessoas maravilhosas, está ainda ausente perante essa situação. Mas, ando conversando com o VPX deles e com o hotel. Espero que tudo corra bem. O desespero financeiro é presente, falta dinheiro aqui para comprar as coisas, e nossa bolsa vai ser irrisória. E onde eu moro, não parece nem um pouco com Europa, e sim com um Brasil mais organizado. Pq de resto, gente estranha, assalto, mendigos, gente brigando no trânsito e até murissoca, tem aqui.

 

Hoje ta frio pra burro !!!

Um comentário:

Thelma disse...

Obaaaaa, finalmente um blog pra poder te acompanhar nas terras portuguesas e européias!